Qual o alimento que devo escolher para o meu Cão?
Existem diferentes tipos de alimentos para cães. O mais importante é escolher aquele que melhor se adapta às suas necessidades, respeitando a sua idade, tamanho, raça, estado fisiológico e qualquer outra necessidade específica que o animal apresente (sensibilidade digestiva ou cutânea, por exemplo). A base de uma boa alimentação é fornecer tudo o que o organismo necessita para funcionar correctamente e manter o animal saudável.
Na hora de escolher o alimento para o seu cão deverá ter em as seguintes características:
A espécie canina é uma das poucas que apresenta uma grande variedade de pesos e tamanhos, desde o Chihuahua com 1kg ao São Bernardo com 100kg! Esta variedade indica que existem diferenças morfológicas, assim como fisiológicas, metabólicas e comportamentais.
As diferentes necessidades energéticas são um exemplo de uma diferença fisiológica. À medida que o peso do cão aumenta, as suas necessidades energéticas por kg de peso corporal diminuem. Desta forma, um cão pequeno deve receber um alimento mais concentrado em energia do que um cão médio. Embora esta teoria seja verdadeira para cães grandes, nestes animais um aumento da densidade energética do alimento permite reduzir o volume alimentar, compensando uma diminuição da capacidade digestiva.
A textura e a forma do alimento devem ser adaptadas de acordo com o tamanho do cão, por forma a promover uma preensão alimentar ótima, sem desperdício de alimento, e encorajar a mastigação (favorecendo a higiene oral).
Cão pouco ativo: o excesso de peso é um exemplo do impacto do nível de atividade nas necessidades dos animais. Os cães de raças pequenas com um modo de vida exclusivamente urbano e essencialmente de interior, devem ser identificados como animais com elevado risco para desenvolver excesso de peso. Estes cães têm menos oportunidades para despender energia e muitas vezes recebem dos donos recompensas muito calóricas, estabelecendo-se muito facilmente um desequilíbrio nutricional. Por esta razão, é importante respeitar as doses diárias de alimento recomendadas.
Cão muito ativo: um cão de trabalho não tem as mesmas necessidades nutricionais de um cão com um modo de vida interior. Para manter um cão ativo em boa condição física é preciso adaptar a densidade energética do alimento às necessidades do animal.
Podemos destacar três tipos de esforços em função das necessidades alimentares requeridas por estes animais:
Esforço muito rápido (alguns segundos): tipo salto ou ataque curto que representa um gasto energético muito reduzido. Naturalmente, o sucesso deste tipo de exercício depende muito mais do treino e da aprendizagem do que da alimentação.
Esforço intermédio: por exemplo, corrida de galgos ou percurso de «agility», durante o qual uma fonte de hidratos de carbono deverá estar rapidamente disponível. Para este tipo de exercício os alimentos de «alta energia» tipo 30/40/20 (30% de proteínas, 40% de hidratos de carbono e 20% de gordura) associados a um treino adaptado, demonstraram já a sua eficácia.
Esforço de resistência: tipo caça ou corridas de trenó, que requer sobretudo a combustão de gorduras para fins energéticos. Em condições extremas, o teor de gordura do alimento pode mesmo ultrapassar 50% da matéria seca em detrimento dos hidratos de carbono que deixam de ser indispensáveis.
Um alimento de elevado teor energético não é exclusivo de um cão de trabalho/desporto. Tem, aliás, numerosas aplicações: cães de exterior no inverno, cadelas em lactação, preparação para exposições, cães difíceis ou sensíveis no plano digestivo, convalescença…
Os cães braquicéfalos (Boxer, Bulldog, Pug, etc.) podem apresentar dificuldades em agarrar os alimentos: ou não se conseguem servir dos dentes incisivos ou têm dificuldades em conservar o alimento na boca. Para estes animais o tamanho e o formato do croquete que ingerem adquire uma importância muito particular, podendo ajudá-los a ingerir o alimento.
É bem conhecido o apetite voraz de algumas raças como o Labrador Retriever ou o Beagle, às quais se associa uma predisposição para o excesso de peso ligada a uma necessidade energética de manutenção inferior à da maior parte das raças. A utilização de um alimento com uma densidade energética moderada e que permita manter um volume alimentar por refeição adequado, pode ajudar a prevenir o aumento de peso nestes animais.
Na realidade existem muitas outras sensibilidades que estão cientificamente comprovadas e que podem afetar os animais. Hoje em dia sabemos que a nutrição desempenha um papel importante na sua prevenção, permitindo aumentar o bem-estar e a esperança de vida destes nossos amigos de 4 patas.
Os alimentos especialmente formulados para cães maturos devem ter um teor de energia adaptado, devido à diminuição das necessidades energéticas, e ser mais palatáveis em termos de aroma e textura. Devem ainda ser enriquecidos em vitaminas, antioxidantes e outros nutrientes essenciais para suportar a vitalidade dos cães maturos. Outra característica a ter em consideração é o facto dos cães maturos terem menos vontade de beber água, o que pode resultar numa hidratação inadequada e consequente aumento do risco de patologia urinária e obstipação.
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